quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Haka Atibaia: de carona na GoPro

Vídeo que produzi com a GoPro (pra quem não sabe, uma daquelas minicâmeras de ação super-resistentes) de  na quarta e última etapa do Haka Race 2013, dia 05 de outubro em Atibaia-SP. Como em todo trabalho de edição, o desafio foi comprimir uma hora de material bruto em três minutos que resumissem como foi a corrida.

Se você nunca participou de uma corrida de aventura, pegue carona no meu capacete clicando na foto abaixo e confira o vídeo. 







Uma errata: como já disse anteriormente, a data correta da prova é 5 de outubro, não 13 de outubro, como aparece no vídeo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pirâmide de papel



Como a vida não são só trilhas e bike, vou falar um pouco de economia. Dia desses, recebi e-mail de uma amiga convidando para participar de um tipo de aplicação chamado de ‘investimento em rede’. Animada, ela dizia que o produto valia “super a pena” e que o namorado também estava participando do mesmo investimento.

Em linhas gerais, a operação consiste, numa ponta, em depositar R$ 2 na conta de seis pessoas enumeradas numa lista (e cujos dados bancários constam no e-mail). Na outra ponta da operação, o aplicador deve convencer o maior número de pessoas a depositar R$ 2 em sua conta – a sugestão é repassar o e-mail para 250 pessoas, o que, com uma taxa de sucesso de 3% (a média, segundo os gestores) dá sete pessoas depositando R$ 2 cada, ou R$ 14, inicialmente. Como o pressuposto é o de que essas sete pessoas enviarão, cada uma, mais 250 e-mails, teremos 1750 e-mails enviados. Considerando-se o mesmo índice de sucesso de 3% de adesão, chegaremos a 53 e-mails ou R$ 106, uma rentabilidade de 784% sobre os R$ 12 investidos inicialmente. Mas não para por aí. Como cada uma dessas pessoas repassará o e-mail, o ciclo continua e o investidor continua ganhando. Ao todo, pode-se, segundo o e-mail, atingir 164 mil pessoas, amealhando R$ 328 mil, o suficiente para comprar um apartamento. Tudo isso com apenas R$ 2 de investimento inicial. Risco? Baixíssimo, já que, segundo o e-mail, uma famosa publicação econômica (que não mencionarei aqui) “não encontrou falhas neste programa”.

Bom demais, não? Não! A maioria dos leitores já deve ter percebido que se trata do velho golpe da pirâmide de dinheiro. O histórico desse tipo de maracutaia mostra que, em algum momento, a corrente se quebra: uma parte dos destinatários não entra na pirâmide, que começa a ruir de baixo para cima, deixando na mão os participantes intermediários. Quando isso ocorre, quem está no topo da pirâmide (os golpistas) já teve um bom retorno com a pirâmide. Para esses, sim, o ‘investimento’ vale a pena.



Vale lembrar que quem entra nesse tipo de operação não apenas corre o risco de perder dinheiro, como incorre em crime contra a economia popular, definido como “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos” (Lei 1.521/51).

Há algumas orientações básicas a serem seguidas antes de entrar numa aventura como essas: checar se o gestor tem registro nos órgãos competentes, se o investimento está cadastrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e se a empresa que oferece o produto tem sede e há quanto tempo atua, entre outros. Mas, antes de ir à CVM ou checar sede, fiz uma avaliação bem mais rasteira: chequei se a tal famosa publicação econômica “não encontrou falhas neste programa”, como foi dito. É evidente que a tal matéria não existe; pelo contrário, a publicação menciona a pirâmide de dinheiro entre os golpes financeiros que mais enganam as pessoas.

Tentei, em vão, alertar minha amiga de que se tratava de um golpe, enviando a ela a matéria e outras. Mas, em períodos como o atual, em que as aplicações em renda fixa já não proporcionam ganhos vistosos e em que a Bolsa anda de lado, é comum as pessoas buscarem soluções mágicas. Não se iluda. Como diria uma expressão em inglês, easy come, easy go - o que vem fácil vai fácil. Não entre de gaiato nessa rede.