Caros. Não gosto muito de enveredar pela seara esportiva (ou desportiva). Tenho, lá, meu interesse pelo assunto, mas, como nunca fiz parte da turminha da sala que sabia a escalação da seleção de 1938 - ou qual era o chassi do Fitipaldi em 1974, quando ele conquistou seu primeiro título -, deixo a questão pra quem sabe. Boa dica, aliás, é o blog do companheiro Cesarotti.
Mas não posso deixar de comentar o último domingão. Foi memorável. Um daqueles dias em que a gente gruda no sofá, grita e sente o coração palpitando. Minha digníssima, que assistiu á corrida de Fórmula 1 ao meu lado, no sofá, que o diga.
Bom, pra começar, o fabuloso tricolor chegou lá. Conquistou, contra todo o coro de olhos gordos, pipoqueiros e secadores em geral, a liderança do brasileirão. E, a menos que haja um desastre, conquistará, de maneira inédita, o tri campeonato. No início da campanha e até há uns meses, muita gente criticava o Muricy. Diziam que já tinha chegado ao fim da linha no São Paulo, que não tinha tido competência pra convencer a diretoria do clube a contratar alguns nomões e por aí vai. E eis que o time deu a volta por cima e se apresenta como favorito ao título. Venceu o Inter (RS) por 3 x 0. Uma vitória, como dizem, 'com autoridade'. Em que pesem todas as críticas, o tricolor já vinha merecendo. Tem o melhor ataque e a segunda melhor defesa do campeonato. Tudo bem, o time não tem os tais nomões. À excessão de Rogério Ceni e Ernanes, nenhum jogador, alí, tem vocação pra ídolo. Curioso, aliás, a recente babação de ovo dos coleguinhas jornalistas sobre o volante pernambucano. Parece que, pra justificar a ascenção do time, precisaram criar um novo ídolo - não que ele não seja um baita jogador, diga-se. Então tá. Vamos assim, com Hugo, Borges e Zé Luis. E que continuem nos secando e falando mal do trabalho do Muricy.
Mas o destaque maior do fim de semana foi, mesmo, o Felipe Massa. Ele foi perfeito no GP do Brasil. Massa pôs um ponto final na Era Rubinho - que, se tudo correr bem (entenderam???? entenderam????) vai se aposentar - e recuperou, para nós, brasileiros, a graça da Fórmula 1. Uma pena que não tenha sido campeão. Mas o final da corrida foi de lascar. Duas voltas para o final e o Hamilton, tranquilo com o quinto lugar que lhe garantia o título, de repente é ultrapassado pelo alemão Sebastian Vettel. Pronto. Tinhámos, nas duas últimas voltas, a improvável combinação que dava ao Massa o título mundial. (Confesso que, nesse momento, dei um berro "Passou, p.!"). Mas, na volta final, na última curva, com a chuva mais forte, Timo Glock, que corria com pneus pra tempo seco, foi ultrapassado por Vettel e (putz) pelo Hamilton. Por pouquíssimos metros, o Massa perdeu o título.
Por fim, uma façanha que passou praticamente despercebida: o bi-campeonato de Marilson Gomes na Maratona de Nova York. Numa reação impressionante e faltando menos de uma milha (1,6 km), Marilson ultrapassou o marroquino Abderrahim Goumri. Cruzou a linha de chegada em primeiro e se consagrou na mais importante maratona do Planeta. Não foi pouco. Marilson deixou pra trás uma dezena de quenianos - entre eles o lendário Paul Tergat -, etíopes, marroquinos, italianos, japoneses, etc. De quebra, levou um premiaço de US$ 160 mil. Diante de tantos fatos esportivos, os jornais brasileiros (e o público em geral), deram pouca importância ao feito. O New York Times, um dos jornais mais importantes do mundo - e que dedica páginas e páginas à Maratona, registra o fato, numa matéria em que mostra que, entre os brazucas que vivem na 'Big Apple', quase ninguém sabia da vitória do braziliense. Lá, como cá, estavam todos de olho no futebol e na Fórmula 1 - via TV Globo Internacional (confira a matéria no link http://www.nytimes.com/2008/11/03/sports/othersports/03brazil.html?ref=othersports). A Maratona de Nova York não é a São Silvestre. Até pelo prêmio que paga, sua 'tropa de elite' é composta pelos melhores corredores do mundo. Uma volta foi o tempo para o Brasil vibrar - e depois se decepcionar - com Felipe Massa. Mas ninguém deu bola para a uma milha que transformou Marilson Gomes num herói. Uma pena.
2 comentários:
Sabe qual é a dureza disso tudo? O Marílson conseguiu um baita feito por lá e, como vc disse, a Maratona de Nova Iorque é muito mais que a São Silvestre. Mas no outro dia, só falavam do Felipe Massa. Eita país carente de cultura esportiva...
Aliás, só pra completar: e teve lugar em que a principal notícia sobre o Marílson é que ele não vai correr a São Silvestre. Socorro...
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