quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crise nos jornais (Texto meu, reproduzido do Blog da FLE)

Deu no New York Times: o Tribune Company, um dos principais grupos de mídia dos Estados Unidos, entrou, anteontem, com pedido de concordata.

O grupo é proprietário de 23 canais de TV e de 12 jornais impressos nos Estados Unidos - entre eles os poderosos Los Angeles Times e Chicago Tribune, que possuem tiragens de, respectivamente, 739 mil e 542 mil exemplares diários. Para se ter uma idéia, a tiragem de nossos maiores jornais, a Folha de S. Paulo e O Globo, mal passa dos 300 mil exemplares.

O Tribune Company acumula uma dívida de US$ 13 bilhões, adquirida quando o magnata do setor imobiliário Samuel Zell assumiu o controle, em dezembro do ano passado. Desde que Zell tornou-se o principal acionista, as finanças do grupo entraram em colapso - reporta o NYT.À parte as barbeiragens financeiras de Zell - que, segundo o NYT, foram decisivas para que o grupo naufragasse -, a derrocada do grupo diz muito a respeito da atual situação dos jornalões, no mundo e no Brasil.

Acuado por uma migração das verbas publicitárias para a Internet (movimento que, ao que tudo indica, se acentuará nos próximos anos, com a disseminação de tecnologias ligadas à propaganda via celular) e pela crise financeira, o setor vive uma crise sem precedentes. A queda das receitas com propaganda no grupo Tribune Company teria sido de dois dígitos.

Outro respeitabilíssimo título, o Miami Herald – dono da também respeitabilíssima tiragem de 210 mil exemplares e de nada menos que 19 prêmios Pulitzer – estaria à venda. O motivo? Queda nas receitas com propaganda. O jornal, relata o New York Times, teria sido tremendamente afetado pela crise no setor imobiliário, o primeiro a ser atingido pela crise e seu principal anunciante.

Os tempos, enfim, são de crise histórica para os jornais impressos. E as conseqüências desse mau momento certamente resvalam no dia-dia das redações.

Nenhum comentário: