domingo, 18 de janeiro de 2009

Clichês acadêmicos

Caros. Como vocês certamente já perceberam, tenho sido meio relapso na árdua, mas divertida tarefa de submetê-los às minhas bobagens escrevinhatórias. Mas, como disse no post anterior, prometo me esforçar em 2009. Então vamos lá.

Pros que não sabem, meu colesterol anda pelas alturas; por isso, voltei a frequentar a academia de ginástica e a passear diariamente pelas ruas da vizinhança em corridas e caminhadas que, dizem, poderão me fazer chegar aos quarenta anos sem correr o risco de ter um enfarte ou algo parecido - voltarei ao assunto em outro post, acreditem.

É claro que essa 'quase novidade', a volta à academia, implicará, daqui a um tempo, em benefícios pra minha saúde. Mas por outro lado, me impôs um enfadonho retorno àquele mundo de pequenos clichês que, pros, digamos assim, não iniciados no mundo das esteiras, bicicletas ergométricas e anilhas, costumam passar meio despercebido. E, quando não passam despercebidos tendem a soar como demonstrações de espírito corporativo - afinal, assumir determinados comportamentos, pra quem já é habitué das salas de ginástica, pode ser uma distinção; a prova cabal de que se faz parte daquele pequeno e seleto grupo. Vou falar um pouco desses clichês.

1) Camiseta regata. Um clássico. Se você se propõe a levantar pesos, nem pense em aparecer numa academia de camiseta que não seja a boiolistica regatinha. Camisetas comuns servem, isso sim, como esconderijo pra esqueléticos bíceps de palito de fósforo e pra peitinhos magrelos que não dão conta da missão de urrar debaixo de um supino.

2) Camisetas de corridas de rua. São uma espécie de versão das regatinhas, mas destinadas à turma do running. Este escrevinhador, na condição de quase integrante desse grupo, adverte-os que tem por dever amenizar as críticas à prática. Afinal, as camisetas fazem parte do kit de participação de todas as provas. Qualquer corredor experiente tem, lá, uma dezena delas entulhando as gavetas. Treinar com esse tipo de camiseta tem, portanto, uma razão de ordem prática. Mas, sim, tem gente que abusa. Por isso, essa prática integra minha lista de clichês; se quer fazer parte de um bom grupo de corredores, tenha à mão algumas. Se possível, de provas longas e glamourosas; Maratona de São Paulo; Meia Maratona do Rio e Volta da Ilha (Florianopolis), por exemplo, equivalem a alguns bons quilômetros de respeito nesse clube. Maratona de Nova York, então, é a consagração. O máximo em clichê numa manhã de sábado na Cidade Universitária ou no Parque do Ibirapuera.

3) As monotemáticas conversas sobre baladas e mulherada. Tudo bem, numa determinada fase da vida todo cara só fala desse assunto. O que cansa é ver quarentões tascando intermináveis comentários entre uma sessão e outra de maromba a respeito das últimas conquistas amorosas ou dos ingressos ultra-VIPs pra festas chiques no litoral norte - como se estivessem num episódio da novela Malhação. Fica a impressão de que o ambiente 'acadêmico' tem, por si só, a faculdade de emburrecer qualquer sujeito.

Voltarei ao assunto em breve.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Vivan,
Não seja pessimista. Há coisas piores numa academia. Uma delas é a fila para a esteira e outra é o preço do gatorade. Depois que você começa a correr, se você deixa de gastar com remédios para baixar o colesterol, com certeza vai abrir a carteira com tênis e afins. No seu caso, de um pão-duro convicto, tenha calma. Começa assim depois piora! E por fim, nada pior do que aquela marca nojenta de suor gravada nos supidos da vida, depois que aqueles marombados treinam. Por mais toalhinha e álcool que se tenha disponível, não é nada legal ver aquilo. Por outro lado, academia também pode ser um local para se fazer amizades, principalmente do sexo feminino. Não sei se o senhor casou ou não, mas verdade seja dita, mesmo que não haja vida inteligente em Marte, olhar não arranca pedaço!
Abs!

Padovaz disse...

HahaHA, ninguém mandou ficar comendo bolacha Bono e pizza da padaria durante a vida de universitário. Isso minou sua saúde a longo prazo. Se isso serve de consolo, estou no mesmo barco, meu colesterol acaba de passar para alerta amarelo...

Padovaz disse...

E completando: adorei a lista de cliches. aproventando o gancho, existe a turma das camisetas de provas bem menos galmourosas, como a do Nike10, que nos faz ter a sensação de que já estão sendo vendidas no mercado "paralelo" da 25 de Março, tamanha a frequência que nos deparamos com exemplares dela, inclusive tapando barrigões de chope respeitáveis... dá o que pensar...