domingo, 26 de julho de 2009

Meu 04 de julho (Parte II)

Sou brasileiro, não desisto nunca. Vamos à história novamente, torcendo pra que o Blog não delete tudo.

A supra-citada Santana de Parnaiba é uma cidadeinha histórica às margens do Tietê há uns 30 quilômetros de São Paulo. Hoje espumoso e fedorento, o rio servia, 400 anos atrás, como estrada pros bandeirantes desbravarem o sertão do País. Mas o que importa nessa história é que, na parte alta do município, fica um condomínio chique chamado Aldeia da Serra. O trajeto Santana-Aldeia é feito, quase todo, via estrada de terra. São apenas oito quilômetros, mas num terreno montanhoso. Da estrada, da pra enxergar um longo e interminável mar de morros. No final, chegando no condomínio, a trilha dá lugar a um trecho curto de asfalto. É justamente nessa parte da estrada que seria realizada a corrida.

Má e eu chegamos lá por volta das 08h. De longe, era possível reconhecer, diante de uma padaria super incrementada um aglomerado com os cerca de 100 malucos que haviam madrugado em pleno sábado pra enfrentar a corrida naquele frio. Todos vestidos com a discretíssima camiseta de manga longa oficial do evento, na tonalidade laranja-cebion. Diego Lopes, o organizador, logo fez sinal para que interrompessem o burburinho e transmitiu as últimas instruções. "Isto não é uma corrida oficial" - foi logo avisando. "É uma confraternização de amigos".

Sem o glamour e o oba-oba característico da maioria das corridas de rua de São Paulo, o pórtico de largada, por exemplo, fora 'substituído' por uma lombada numa das ruas do condomínio; assim que passássemos por ela, poderíamos, digamos assim, considerar que o certame havia começado oficialmente. Da mesma forma, como não havia uma interdição oficial da estrada, teríamos de correr numa longa fila indiana, evitando os emparelhamentos. Ah: o pelotão que correria a prova de oito quilômetros encararia um trecho de estrada de terra; os demais (quatro quilômetros) teriam pela frente apenas asfalto. "Atentem pra isso", gritou diego. Mais algumas instruções e três, dois, um. Já!

Largamos. Sem perda de tempo, acelero o passo e ligo meu velho companheiro iPod, o mesmo com qual corri a S. Silvestre 2007 (o post está neste mesmo blog). Confesso que, desta vez, a trilha sonora era Bon Jovi. No volume máximo, ele canta "Give me something for the pain...give me something for the blues..." (em português, seria algo como "Me dê algo contra a dor, mê dê algo contra a tristeza..."). Bon Jovi sempre foi chamado de poser, rock fabricado, etc. Mas admito que, mesmo nos tempos em que o Iron Maiden não saia do meu toca fitas, sempre gostei das baladinhas dele. Sendo assim, e diante das circunstâncias, me servia perfeitamente, distraindo a cabeça enquanto, sem perceber, eu acelerava mais e colava no pelotão da frente, o dos corredores que fariam oito quilômetros, seguindo no mesmo passo.

Uns quinhentos metros depois da largada, a reta na qual iniciamos a corrida se transformava numa enorme ladeira, seguida por uma subida íngreme. Na minha frente, um rapaz meio gordinho usando gorro começa a se distanciar; nesse instante, algo em minha cabeça alerta: melhor controlar meu ritmo e não acompanhá-lo, poupando, assim, energia preciosa e necessária pro subidão seguinte. Mas, em vez disso, acelero, descendo num ritmo forte. Ultrapasso-o bem no final da descida, pra, no momento seguinte, levar o troco. Na subida, pra minha surpresa, mantenho-me mais ou menos próximo desse corredor, que também surpreendentemente, segue em ritmo forte.

Nesse mesmo ritmo, sigo no grupo mais adiantado. De repente, começa a estrada de terra.

Epa! Paro de repente, deixando os demais se distanciarem.

"Moço! Moço! onde é que o pessoal dos quatro ká tem de retornar?" - grito.

"É aqui atrás, na rotatória. Você tem de voltar", responde ele.

Sem perda de tempo, volto faço o retorno, atravessando quase que pelo meio da rotatória. Dois atletas que até então estavam bem distanciados, a esse altura iniciam a rotatória. Nesse momento, me dou conta de que não havia cruzado com nenhum competidor em sentido contrario até chegar na rotatória, o ponto a partir do qual iniciariamos o retorno. Conclusão: estava em primeiro. "Pqp*, tô na frente", pensei. "Pqp!"

Continua - To be continued.

Um comentário:

Anônimo disse...

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My blog post: Sheikh Zayed Mosque