terça-feira, 25 de março de 2008

Haka Race - Segunda etapa (Morro do Saboó)

Prezados um ponto três. Continuo, neste post, descrevendo minha 'jornada' nas corridas de aventura.

Seguimos debaixo de uma fina garoa pelo acostamento de uma estrada de asfalto. O ritmo é excelente, o trecho, bom de pedalar. Mais alguns quilômetros e abandonamos o asfalto e iniciamos a trilha. Depois de mais ou menos 10 quilômetros, chegamos no PC 02 - Chácara do Nilson, informa a planilha. Assinamos a tabela de controle e seguimos a pé para um dos trechos mais extenuantes, a subida do morro da Saboó, com mais de 1 mil metros de altitude.


À medida que o morro, antes um pequeno ponto na paisagem, vai se tornando maior à nossa frente, começamos a discutir. “Não, ele não pode ter posto o PC lá no topo. Já andamos uns nove dos 10 quilômetros de trekking que tavam previstos. O PC deve ser na metade...” “Claro que não. Você acha que o Léo não ia pôr um desafio desses? Esquece, meu! O PC é lá no pico”. Perplexos e desanimados, identificamos minúsculos pontos vermelhos – a cor da camiseta dos participantes da prova – bem próximos do pico. Inicio a subida, procurando, sempre que possível, olhar pro chão, evitando adivinhar as escarpas que se avolumam à minha frente. No trecho mais próximo do cume, me agarro a raízes e pedras para vencer as passagens mais íngremes. Chego no topo. Fosse num passeio, ficaria ali parado por uns longos minutos apreciando aquela paisagem espetacular. Mas não há tempo. Assino a tabela do PC, espero uns minutos até a chegada de meu companheiro e iniciamos a descida. Na estrada que dá acesso novamente à chácara do Nilson - a próxima transição – ganhamos tempo, substituindo a caminhada por uma corrida em ritmo leve. Por poucos minutos, apenas; logo, Ricardo começa a sentir câimbras que o acompanhariam até o final da prova. Seguidas vezes, ele corre por uns metros e, logo em seguida, pára pra se alongar, diminuindo, assim, os efeitos das contrações.

Na Chácara do Nilson, paramos para abastecer nossas mochilas de hidratação e caramanholas (garrafinhas). É hora de devorar uma barra de cereal e um tubo de gel energético. Ricardo, mais determinado, esquece das câimbras e se apronta na bike: “Vamos logo, caralho!”

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