quarta-feira, 26 de março de 2008

Haka Race Terceira Etapa - Sol de 28 graus

Prezados dois ponto três. Seguimos com a penúltima etapa de meu calvário na Haka Race. Enquanto vocês perdem seu tempo com isso, penso em algo mais produtivo pra postar nos próximos dias.

Iniciamos a ‘perna’ mais longa de bike, que nos levaria até o PC 07 (pela planilha, apenas ‘cruzamento’), passando, antes, por uma ponte de concreto (PC 05, já na área urbana de São Roque) e pelo cemitério do Cambará (PC 06). Seguimos num comboio de três equipes. Aos poucos, o tempo chuvoso dá lugar a um sol forte e a temperatura sobe.

O trecho mais difícil, entre o cemitério e o cruzamento, é uma longa subida em estrada de terra – mais de um quilômetro, calculo – ladeada à nossa esquerda por um enorme muro de concreto. Nessa etapa, seguimos da única forma possível: empurrando morro acima nossas magrelas. Naquelas circunstâncias, aliás, o termo ‘magrela’ não poderia ser mais inadequado. Pressupõe algo leve, esbelto. Mas convenhamos: não há nesse mundo balança de precisão que me convença de que naquela ladeira enorme e debaixo de um sol de 40 graus, minha ‘magrela’ pesasse apenas 13 quilos, como já havia verificado várias vezes numa balança em casa e em lojas especializadas.

Ali, diante das forças da natureza, pesava 80 quilinhos, no mínimo. E dá lhe sol! Nos arrastávamos por cinco ou seis metros e parávamos debaixo de algum arbusto pra respirar e tomar um pouco de água. Nessas horas, dizem os iniciados, a reação de todo corredor é mais ou menos a mesma: “Putaqueopariu. Meu Deus! O que eu tô fazendo aqui? Pra que isso?”, pensava. Seguimos e alcançamos o PC 07, o tal do cruzamento. Sirlene, uma velha amiga, é quem está no comando das planilhas de registro. Ela nos estimula: “Meninos, vocês tão indo muito bem! São uma das primeiras equipes a passar por aqui”. Pura verdade.

Confiro na tabela e observo que umas 20 equipes no máximo já deixaram ali suas assinaturas. Dali até o PC 08, já de volta ao ponto de onde cinco horas antes largáramos, o pedal é tranqüilo. Cerca de um quilômetro na reta. Ricardo, maltratado por horas de câimbras, se esforça pra me acompanhar. Mas é a hora de minha vingança: “Vamos, meu, a gente tá bem na parada. Não atrasa, porra!” “Vá à merda. Você passou a prova inteira esperando por esse momento”, pestaneja.

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