quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Cabo da Boa Esperanca

Eu sou aquele oculto e grande cabo. A quem chamais vós outros Tormentório. (Os Lusiadas, Luis de Camoes)

O Cabo da Boa Esperanca e o ponto mais ao sul do continente africano. Fica mais ou menos no ponto em que se encontram o oceano Atlantico e o Indico - digo mais ou menos porque o ponto exato e o Cape Agulhas, mais ou menos 150 quilometros a leste.

Para os portugueses e, de certa forma, para nos, brasileiros, o Cabo da Boa Esperanca possui uma enorme dose de simbolismo e uma dose ainda maior de importancia historica. Sua travessia foi considerado na epoca um feito tao importante que se tornou parte de Os Lusiadas, de Camoes.

Em 1847, Bartolomeu Dias cruzou o Cabo em busca de uma rota que permitisse aos portugueses chegar as indias, dando inicio a exploracao do comercio de especiarias India-Portugal. Encontrou, ali um mar violento, tempestuoso, que batizou de Cabo das Tormentas. Seguiu contornando a costa da Africa, mas, alguns dias depois, decidiu voltar para Portugal.

Em consequencia das excelentes perspectivas proporcionadas pelo feito - que signficava, digamos assim, 'dobrar a esquina da Africa', vislumbrando, as Indias logo ali na frente - o rei d. Joao II rebatizou a regiao com o nome de Cabo da Boa Esperanca, que prevalece ate hoje e que, vertido pro ingles, 'Cape of Good Hope', perde boa parte do seu sentido de conquistas e grandes aventuras que transmite em portugues.

Do ponto de vista geografico, o Cabo da Boa Esperanca consiste numa enorme peninsula composta por um paredao de rochas de uns 200 metros de altura que se desce vertical e abruptamente para o mar. La embaixo, ondas enormes se chocam contra as pedras, produindo um barulho fortissimo.

Visitamos o Cabo da Boa Esperanca dia 08 de agosto. Naquela tarde, um vento forte e gelado castigava a regiao. No horizonte, a oeste, o ceu, marcado por diversos tons de cinza, se tornava mais escuro, com nuvens enormes enormes e sinais de tempestade em varios pontos do oceano.

Fico imaginando se, naqueles dias, ha mais de 500 anos, Bartolomeu Dias enfrentou um tempo assim. Mais admiravel e imaginar como, com os recursos tecnologicos da epoca, conquistaram tal feito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Danilo,

Parabéns pelos textos sul-africanos. Este me emocionou em especial. Pois um dos meus projetos de vida é conhecer o Gigante Adamastor.

Estou à espera de novas crônicas de viagem.

Abraços saudosos

Rodrigo Garcia

Daniel Morgado disse...

Muito bom o post. No entanto, deve ler-se 1487 e não 1847 :)

Cumprimentos