sábado, 11 de agosto de 2007

Mundo (s) em ingles

Nesse mundo globalizado, o ingles e artigo de primeira necessidade. Nos aeroportos, seja em Guarulhos, Cingapura ou Johannesburgo, antes de entrar no aviao, as pessoas fazem check in. Toda sexta-feira as empresas promovem o casual day e, nos eventos, nao tem quem nao participe de um coffee break (o 'prato principal', digamos, assim, pode ser um brasileirissimo pao de queijo, mas nao deixa de ser um coffee break). Aqui na Africa do Sul, dezenas de italianos, franceses e coreanos transitam pelas ruas das cidades, cada um falando ingles de um jeito - os sotaques sao os mais variados, mas isso e assunto pra outro post -, mas todos falando, claro, ingles.

O curioso, no entanto, e que o estilo de vida - e, mais do que isso, as marcas predominantes - estao tao comuns que o ingles, nessas circunstancias, deixa de ser artigo de primeira necessidade. Se torna quase acessorio.

Pois vejam: sai de um aeroporto, em Guarulhos, desci em outro em Johannesburgo (AS) e tudo, com excessao de um gigantesco telao anunciando a copa do mundo de 2010 aqui na AS (e do caos no aeroporto de Guarulhos, que nenhum pais ainda conseguiu copiar, pelo que eu saiba) era igual.

A farmacia e clara, asseptica, em geral com o chao bem limpinho, e oferece, nas gondolas, creme anti rugas Nivea, pasta de dente da Colgate e xampu Wella. Tudo bem, voce pode ate nao entender se o shampoo e pra cabelos secos, anticaspa ou protege contra os efeitos dos raios UV porque o rotulo esta em ingles, mas reconhece perfeitamente que se trata de um xampu. Os fast foods (falar do ultraglobalizado Mc' Donalds e cliche) oferecem frango, batatas fritas, coca cola e cerveja.

Ah, as cervejas. Essas sao um capitulo a parte. Esqueca os destilados; se voce quiser saber qual a bebida tipica de um determinado pais, basta perguntar pra qualquer garcon qual e a marca de cerveja mais vendida. Nos EUA, por exemplo, Muller e Bud. No Japao, Saporo (esqueca o saque). No Mexico, as favas com a tequila. As bebidas nacionais sao Sol e Tecate. E, aqui na AS, a bebida nacional e conhecida como Castle. Vendida em garrafas long neck, nao fica devendo nada pra nossa Skol - e custa R 9, o equivalente a R$ 3,00, ate o preco e globalizado.

Pois bem, voltando ao aeroporto. Ou, melhor, saindo do aeroporto se pega uma avenida na qual circulam Volkswagens (Golf, Polo e, nesse caso, Chico, uma versao popular do Golf), Fiats (Palio) e GMs (Corsa) e Ford (Fiesta). Temos tambem Toytotas, Hondas e Renaults.

No supermercado, pra que saber ingles? Basta entrar e ir diretamente a uma das gondolas. Estao la o pacote de sabao Omo, a garrafa de Coca Cola, o pacote de salgadinho Elma Chips. As frutas, verduras e legumes, nao sao monopolio de nenhuma supercorporacao, mas cenouras, batatas e pimentoes sao artigo comum em qualquer secao de hortifruti. No caixa, basta pagar com seu Mastercard, Visa ou American Express. O supermercado (aqui chamado 'pick and pay', ou pegue pague) pode ficar na AS ou nos EUA, mas seu banco, de la da sede na Cidade de Deus, no Jabaquara, ou na Eusebio Matoso, resolve a parada.

Marcas 'made in Brazil'? Va a uma loja de esportes. Pelo menos aqui, do outro lado do Atlantico, Ronaldo Fenomeno e Ronaldinho estampam enormes outdoors e ajudam a vender camisetas e chuteiras da Nike. Ainda bem que ainda nao aprendemos a exportar E o Tchan e afins.

Amanha tem mais.

DV

3 comentários:

lulooker disse...

Cadê o mais do amanhã? rsrs
Coloca um pouco das suas "aventuras" aqui para os seus leitores do outro lado do Atlântico.
Bjs
Lu

Unknown disse...

Ta bem,ta bem, vou tentar, minha unica leitora.

Unknown disse...

Dan,
vc que pensa. Se vc subir um pouquinho aí pra Angola e Moçambique, vai ver o quanto o Brasil é copiado.
Amei o seu Blog!!! Vc antenado até na AS.
bjs