sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Rest Test - Ou, nas melhores casinhas do ramo

Meus dois ponto três leitores. Este é um daqueles posts em que o título puxa a idéia do texto. Quem já trabalhou numa redação de jornal sabe que, em geral, o texto é escrito primeiro. O título, por mais criativo e engraçadinho que seja, vem depois. Esta habilidade, a de criar bons títulos, anda, aliás, em falta nos nossos jornais. Não se vêem mais em nossos periódicos os títulos criativos que fizeram a fama e o bom - ou nem tão bom - nome de publicações como o Jornal da Tarde (JT) e o falecido Notícias Populares. De qualquer forma, este é um assunto pra outra hora, se é que haverá um lapso criativo deste escriba voltado a tal finalidade.

A linha que dá nome a este post não é, por sinal, sequer criativa. Mas vale uma explicação prá idéia totalmente idiota que me ocorreu a partir deste título. Rest vem do inglês restroom, que significa banheiro - não o banheiro completo, no modelo que temos em casa, com chuveiro e pia (que, no vernáculo anglófono, seria traduzido como bathroom - algo como cômodo do banho), mas o compacto, equipado apenas com uma essencial e providencial latrina. Pra ficar mais claro, um teste de banheiros de hotéis - os banheiros localizados nas áreas comuns, e não os dos quartos, que na maioria das vezes possuem hidromassagem, dezenas de espelhos, etc. O post será atualizado na medida em que tiver acesso aos locais de testes. Serão três ou quatro posts, na ordem.

Gran Meliá Mofarrej - Numa palavra, decepcionante. O que esperar dos sanitários
um hotel bacana da região da avenida Paulista? Hotel, aliás, em que já se hospedaram figurões como os canadenses do super trio Rush? Nada, infelizmente.

Aos fatos:

(1) as divisórias que separam as, digamos assim, 'cabines de evacuação' são relativamente baixas, um metro e oitenta, mais ou menos, com um considerável espaço até o forro, cerca de meio metro pra cima. Numa situação como essas, claro, qualquer cavalheiro que ouse ocupar e utilizar esses espaços padecerá de um enorme constrangimento, tendo de compartilhar com os demais seus próprios ruídos - e, claro, aromas.

(2) papel sanitário - outro item sofrível. Pelo formato e pelo tamanho, lembra muito um guardanapo, de dez por dez centímetros. Reconheça-se, a qualidade do material é excelente, super, como diz a propaganda do enxaguante bucal Oral B, sem álcool, "gentil com a sua boca" (nesse caso, não com a boca....). O tamanho, no entanto, é muito pouco adequado a qualquer tipo de manobra que seja necessária numa situação de emergência - ou num caso em que o usuário tenha algum tipo de deficiência motora. Pior: o equipamento no qual é acondicionado o papel - e que teria como função única permitir que seja retirado do tal equipamento uma folha por vez, para que não haja desperdício - só serve, mesmo, pra rasgar os já insignificantes papéis sanitários. Eles têm de ser retirados por um minúsculo orifício na parte inferior do mecanismo, o que implica em inevitáveis rasgos. Nessas condições, nem pra assoar nariz acabam servindo.

(3) Faltam prateleiras. Num local como esses, nas área de eventos dos hotéis, os banheiros costumam contar com providenciais prateleiras nas já mencionadas cabines. Claro, como esses hotéis atendem dezenas de eventos todas as semanas, os participantes, em geral, já entram ali com pastas (nas quais vai o material promocional), bloquinhos de anotações, mochilas, etc. Resta, ao desavisado cavalheiro, deixar seus pertences na pia (na área comum do banheiro) ou esquecer qualquer tipo de preconceito contra atitudes menos dignas de um cavalheiro e pôr tudo no chão, mesmo. Ponto positivo (um dos poucos) pro ganchinho fixado na porta, excelente pra pendurar paletós e casacos. Poder abrir mão dessas peças de roupa mais pesadas num momento como esses, de reflexão, deveria ser, afinal, um direito básico de qualquer cidadão.

2 comentários:

Fernando Cesarotti disse...

Como é a vida... um dia, neguinho freqüenta o banheiro da Unesp. Aos depois, avalia o do Gran Meliá Mofarrej...

Danilo Vivan disse...

Acredite: não é dos melhores. No mais, a m. é a mesma nos dois.